quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Steven Pinker on language and thought



Steven Pinker on language and thought

In an exclusive preview of his book The Stuff of Thought, Steven Pinker looks at language and how it expresses what goes on in our minds -- and how the words we choose communicate much more than we realize.
Steven Pinker, o famoso por seus livros sobre a mente, a evoluçao e a interaçao social humana, ao introduzir a problematica de um de seus livros (The Stuff of Thought) adiciona mais uma reviravolta sobre um tema que já é noticia velha para os psicanalistas: que a linguagem é o guarda segredos que valem a pena o esforço para serem descobertos.
Reconhece o papel curioso que a metáfora desempenha em nossas relaçoes, por possibilitar um acordo entre duas instancias conflitantes derivadas do contexto. Usa o exemplo da tentativa de suborno quando se está na iminencia de levar uma multa, o suborno atraves da "indireta". O que Pinker deixa de levar em conta é o conflito subjetivo e suas origens individuais que faz uso dessas metaforas. Toma a linguagem como um fenomeno coletivo cujas mudanças e peculiaridades simbolicas nao merecem estudo adiciona simplesmente podem ser variaçoes estatisticas esperadas em qualquer grande populaçao de animais existindo em forma coletiva.

A introduçao da palestra aborda a funçao dos verbos em construçoes sintaticas, revelando o uso multiplo do mesmo verbo para significados diferentes - requerindo palavras mais ou menos especificas para ancorar o significado. Iludido pela funçao adaptativa das mudanças etológicas que a linguagem pode denunciar, apesar de notar que é dificil encontrar um elemento da linguagem que nao carrega essa caracteristica do verbo - de nao se definir por si só, mas depende de outros elementos -, ele sugere que o ouvinte "unpacks" the words and extract its "content", numa espécie de transaçao de significaçao garantida pela consciencia dos envolvidos.

Estabelece que há um processo duplo operando no uso da linguagem,

First, there`s a level of fine-grained conceptual scructure, which we automatically and unconsciusly compute every time we produce or utter a sentence, that governs the use of language.

O que nunca retorma como questao para esse estudioso do computador mental é esse processo automatico e inconsciente que lida com os mesmos dados que a consciencia. Talvez, um dia Pinker repare, esse processo automatico e inconsciente possa explicar o curioso e ignorado desconhecimento do sujeito a respeito de si mesmo - e como ainda assim ele se adapta nessas relaçoes humanas. De metafora para alucinacão e delirio para metonimia, Pinker ainda precisa navegar um oceano inteiro para chegar ao conhecimento oculto dos freudianos tarados.

Ele continua a palestra relacionando dados da antropologia que categoriza as relaçoes humanas em 3 tipos: dominancia, reciprocidade, comunitaria/sexual/amorosa. Desaponta reparar que um estudioso tão produtivo e reconhecido deixe de se dedicar à influencia no desenvolvimento desse carater ambiguo da linguagem, e de suas consequencias para a relaçao com o mundo - como formas de obtençao de recompensa automatizadas em virtude da criaçao - e do papel que o sexo fora da reproduçao aparece sendo retomado em toda arte, comedia e tragedia humana até os dias de hoje. A explicaçao comum é que a sugestao sexual facilita a propaganda, por exemplo, a vender seu inutil produto.

O que a neurosociolinguisticabiologia de Pinker falha é em verificar como certos "traumas" da linguagem permanecem inalterados nos sujeitos, sejam sadios ou doentes, e como tal trauma e esse conflito de instancias é evidenciado em certas represetaçoes - atraves da arte, literatura, musica, comedia. A sexualidade, mais uma vez, só é reconhecida para os mestres da biologia quando se refere a reproduçao ou tendencia genetica pelo prazer. Mas nunca para sua influencia na infancia, concomitantemente acontecendo com o aprendizado da lingua, e o resultado em serial killers que matam as proprias maes, fazendeiros bizarros que criam familias frutos de incesto em seus poroes, o conflito de genero na infancia provocando discussoes eticas na medicina que fariam Kraepelin desistir de sua nosologia psiquiatrica.
A midia expoe a cara dura como o homem ainda nao sabe lidar com a sexualidade, e como ela é palco de frustraçao e debates eticos, politicos e religiosos, ao mesmo tempo camufla a verdade fazendo uso da propria metafora que Pinker fala, atraves dos produtos de consumos que mantem o homem sentado no sofá assistindo Fantastico. E as relaçoes de dominancia nao trazem em si um componente fetichista, alienante, que tanto Marx como Freud concordam? Nao precisa frequentar casas BDSM para saber que policias, bombeiros, enfermeiras, professores sao fantasias sexuais onde a relaçao de dominancia é óbvia.

Sobre a linguagem, ele continua:

It seems to be based on a fixed set of concepts which govern dozens of constructions and thousands of verbs - not only in English but in all other languages - fundamental concepts such as space, time, causation and human intention such as, what is the means and what is the end?.
These are the reminiscent of the kind of categories that Immanuel Kant argued are the basic framework of human thought, and it`s interesting that our unconscious use of language seems to reflect these Kantian categories - doesn`t care about perceptual qualities, such as color, texture, weight and speed, which virtually never differentiate the user of verbs in different constructions.

Enquanto os estudiosos da mente humana que detem recursos e poder suficiente para abrir o cerebro do esquizofrenico e procurar por doendes continuarem a acreditar nesse Idealismo adaptacionista, filho bastardo da filosofia Kantiana com a moda neurocognitiva, Pinker e seus amigos nunca vao adicionar nada novo para a questao da saude mental. Penso que poderiam gastar alguns meses de sua vida estudando o estruturalismo e a linguistica francesa para, no minimo, sair desse isolamento mercadologico que está mais interessado em construir computadores inteligentes do que compreender o homem. Quem sabe assim as contribuiçoes da psicanalise saiam somente do uso popular e encontrem lugar nos pesquisadores modernos da mente humana.

Um comentário:

mzambillo disse...

Oi Nicolas! Lancei no google as palavras 'filosofia'; 'psicologia'; 'neurociências', por serem áreas que estudo e me interesso, queria vê-las juntas e, para minha surpresa surgiu o seu blog.
Uma feliz surpresa.
Parabéns pelo blog ;D